Hoje, se o Facebook fosse um país, seria o terceiro maior do mundo, com seus 800 milhões de usuários. Os fenômenos da globalização e das redes geográficas estão modificando alguns conceitos ensinados nas escolas de antigamente. Na área da Geografia, afirma-se que o conceito de globalização caracteriza a construção de novos espaços, além de novas relações sociais desenvolvidas pelo mundo. Essa nova configuração de redes geográficas na globalização, que transpassam a ideia dos territórios nacionais, acaba por acarretar grandes e significativas mudanças nos próprios Estados nacionais através da presença, em tais Estados, de pontos de redes geográficas e da globalização pertencentes a corporações transnacionais e da inserção de redes geográficas técnicas, o que proporciona um enorme aumento na circulação de capital, de bens, informações e serviços produzidos em todo o planeta. Tal agilidade, ocorrida pela globalização e pelas redes geográficas na circulação comercial e informativa acontece, principalmente, porque os espaços da globalização agem como suportes de todos os processos socioeconômicos ocorrentes nas redes geográficas mundiais, e é necessária certa dedicação para que compreendamos mais profundamente quais os fatores responsáveis pelo acontecimento das redes geográficas na globalização.
Globalização resumo
Quando falamos em redes geográficas e globalização, várias coisas podem ser compreendidas, porém, há uma interpretação sempre confirmada por todos: hoje, é muito maior a presença do mundo em cada localidade. Tal fenômeno é expressado pela presença enorme de produtos vindos de diversas partes do mundo, além do número elevado das informações a respeito dos quatro cantos do planeta. Grande parte do que acontece, do que se pensa e se faz em outras localidades pertence agora a nossa realidade, através das redes geográficas e da globalização. Em consequência, há uma nova organização de nosso espaço geográfico, a qual permite que o mundo esteja aqui e nós estejamos no mundo, simultaneamente. Para compreendermos tal fenômeno, podemos observar o funcionamento da internet, comparando-a as redes geográficas na globalização, que faz com que seja cada vez mais fácil consumirmos informação criada em todo o mundo, além de propagar por todo o planeta as informações que criamos
Técnica, rede e território: Do
que estamos falando?
De maneira geral, podemos dizer com Abagnano (1982,
p.905) que a técnica “compreende todo o conjunto de regras aptas a dirigir
eficazmente uma atividade qualquer”, ou ainda, que “é um processo qualquer,
regulado por normas e munido de uma certa eficiência”.
Por sua vez, de acordo com Corrêa (1997, p.250)
podemos definir, genericamente, tecnologia “como um conjunto de conhecimentos e
informações organizados, provenientes de fontes diversas como descobertas
científicas e invenções, obtidos através de diferentes métodos e utilizados na
produção de bens e serviços”.
Muitas vezes as noções de “técnica” e “tecnologia”
têm sido utilizadas para designar o mesmo significado. Todavia, entendemos que,
enquanto a técnica explicita regras do modo de ação prática do como fazer, a
tecnologia representa uma espécie de teorização das técnicas, no sentido de
constituir um procedimento lógico que possibilita compreender a ordem e a
racionalidade presente em uma ou na articulação de mais técnicas.
Tendo isso
presente, acrescemos a contribuição de Milton Santos (1996, p.25) quando, do
ponto de vista da Geografia, destaca a técnica como o mais importante modo de
relação entre homem e natureza, entre homem e o espaço geográfico. Nesse
sentido, concordamos com o autor que “as técnicas são um conjunto de
meios instrumentais e sociais, com os quais o homem realiza sua vida, produz e,
ao mesmo tempo, cria espaço”.
Todavia, devemos ter presente que a técnica e a
tecnologia, como produtos da ação humana devem ser pensadas no contexto das
relações sociais e no âmbito de seu desenvolvimento histórico. Assim, na
sociedade capitalista, a tecnologia exprime um tipo particular de conhecimento,
cujas propriedades o tornam capaz, quando aplicado ao capital, de estabelecer
um determinado ritmo à sua valorização.
Assim, a técnica é um elemento chave na explicação
da sociedade e dos lugares quando considerada em relação à uma dada
temporalidade e espacialidade. Tomada à parte, de forma isolada ela não explica
nada. (Santos, 1996). Ou ainda, como diz Lévy (1993, p.194), “A técnica em
geral não é boa, nem má, nem neutra, nem necessária, nem invencível”.
As técnicas expressam, por meio dos objetos
técnicos, seu conteúdo histórico, e em cada momento de sua existência, da sua
criação à sua instalação e operação, revelam a combinação, em cada lugar, das
condições políticas, econômicas, sociais, culturais e geográficas que permitem
seu aproveitamento. Um desses objetos técnicos é a rede.
Em relação ao conceito de rede podemos, de acordo
com Santos (1996), defini-lo a partir de duas dimensões complementares. Uma
primeira, se refere a sua forma, a sua materialidade. Nesse aspecto, Curien e
Gensollen(1985, p.50-51) assinalam que a rede é toda infra-estrutura, que
permitindo o transporte de matéria, de energia ou de informação, se inscreve
sobre um território onde se caracteriza pela topologia dos seus pontos de
acesso ou pontos terminais, seus arcos de transmissão, seus nós de bifurcação
ou de comunicação.
Por sua vez, a segunda dimensão trata de seu
conteúdo, de sua essência. Assim, a rede “é também social e política, pelas
pessoas, mensagens, valores que a freqüentam. Sem isso, e a despeito da
materialidade com que se impõe aos nossos sentidos, a rede é, na verdade, uma
mera abstração”.(Santos, 1996, p.209).
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