segunda-feira, 3 de junho de 2013


 

Redução da maioridade penal de 18 para 16 anos divide opiniões.

O QUE VOCÊ PENSA A RESPEITO DA REDUÇÃO DA MAIORIDADE PENAL?

           

Medidas socioeducativas são aplicadas a adolescentes infratores, mas parcela da sociedade considera ações inadequadas em casos mais graves; outros defendem.

Se dependesse apenas dos paulistanos, a maioridade penal no Brasil, que hoje é de 18 anos, seria reduzida para 16. Pesquisa Datafolha mostra que 93% dos moradores da capital paulista concordam com a diminuição da idade em que uma pessoa deve responder criminalmente por seus atos. Outros 6% são contra, e 1% não soube responder. Os pesquisadores ouviram anteontem 600 pessoas. A margem de erro é de quatro pontos (para mais ou menos). Em consultas anteriores, em 2003 e 2006, a aprovação à medida pelos moradores da cidade foi de 83% e 88%, respectivamente –a margem de erro era de dois pontos.

Sobre a idade a partir da qual um adolescente deveria passar a ser responsabilizado criminalmente, parte dos entrevistados, em respostas espontâneas (sem haver opções no questionário), defende que menores de 16 anos sejam enquadrados. Para 35%, jovens de 13 a 15 anos deveriam ser considerados pela lei como adultos. Para 9%, até menores de 13 anos deveriam ter esse tratamento.Quando é dada a opção de escolher o que seria mais eficaz para reduzir a criminalidade, há divisão: 42% dizem que seria ideal criar políticas públicas mais eficientes para jovens.Outros 52% afirmam que a redução da maioridade penal já implicaria na melhoria dos índices criminais. Há ainda 5% que acreditam que ambas as medidas são necessárias.


Por Reinaldo Azevedo
Via Camocim Polícia24hs

Fonte: cratonoticias.wordpress.com/2013/04/22/o-que-voce-pensa-a-respeito-da-reducao-da-maioridade-penal



Para não ser piegas! - por Amália C. Branco, advogada

Todas as vezes que ocorrem crimes, com o envolvimento de adolescentes, reacendem os debates acerca da redução da maioridade penal. A sociedade, perplexa, está vivendo o seu limite da falta de segurança, fomentando a criação de ‘Estados Paralelos’, multiplicando a justiça ‘pelas próprias mãos’.

O que também acarreta na utilização de um Direito Penal por políticos que hipertrofiam o sistema penal com soluções ineficazes, como forma mais econômica e demagógica de dar uma resposta estatal ilusória ao problema da delinquência juvenil.

Mas e aí, o que fazer? Ser contra ou a favor da maioridade penal, aparentemente não resolveria o problema a curto prazo, mas uma coisa se faz urgente, um choque de ordem, pois nossos legisladores sabem e fingem não saber que o Direito Penal, exclusivamente, não desempenha nenhuma função motivadora de respeito à norma. E, ainda, que a função do Direito Penal em sociedades democráticas é conter, apenas o poder punitivo.

Escamoteiam a óbvia constatação científica de que, em sociedades complexas, há instâncias que desempenham importantes papéis de controle social, ainda que de modo informal, como os meios de comunicação, a família, a igreja, a escola, etc.

A proposta da redução da idade penal é uma das atuais pérolas do contexto atual. Na Constituição Federal, a inimputabilidade do menor de 18 anos é um direito individual do adolescente, sendo, portanto, cláusula pétrea, que não pode ser abolida por emenda constitucional.

Finalmente, penso que a redução da maioridade penal deveria ser considerada com participação da sociedade, mas que esses jovens devessem cumprir penas em estabelecimentos educacionais adequados a sua idade e condição.

O nosso grande desafio, portanto, é fazer com que nossos jovens mereçam do poder público e da sociedade uma chance à vida, pois não souberam ou não puderam receber o amor que tanto anseiam difundir neste mundo, amor à vida, amor à família e amor a Deus.

Apesar da falta de estrutura do sistema carcerário e judiciário, confirmada pelas fugas de detentos, homicídios dentro das unidades prisionais e “problemas orçamentários que impedem o Tribunal de desenvolver suas atividades devido à falta de magistrados e servidores no interior e na capital”, Romano afirmou que nem mesmo a construção de mais presídios será capaz de resolver o problema.

Romano destaca ainda que, além de ineficiente como mecanismo de recuperação, a redução da maioridade comprometeria o orçamento estadual, tendo em vista a necessidade de reforços na guarda, segurança e alimentação dos presos.

“Enquanto isso, estaríamos reduzindo os investimentos em educação, saúde e assistência social. O que é muito ruim e injusto”, frisou.

Do outro lado, o presidente da Comissão de Direitos Humanos na Câmara Municipal de Manaus (CMM), vereador Professor Samuel (PPS), afirmou apoiar a proposta de redução da maioridade penal para 16 anos de idade, desde que associada à criação de políticas públicas no sistema penitenciário que garantam a efetiva ressocialização do jovem infrator.

“Infelizmente, temos um sistema cruel e complexo. Na metade dos casos, o preso sai pior do que entrou devido à superlotação dos presídios e ausência de atividades eficazes. Agora, imaginemos como não será com os adolescentes de 16 anos ingressando nesse mesmo sistema”, afirmou.

Simpatizante à redução da maioridade penal, a criminalista e professora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) Amália Castelo Branco afirma que tomada pela insegurança social, frente a um governo omisso, é a favor da responsabilização jurídica dos jovens a partir dos 16 anos, contudo, ressalta a importância de uma reforma jurídica.

“Faz-se urgente uma reforma de toda nossa legislação jurídica, inclusive constitucional e penal. Operamos um direito capenga que não reflete mais os anseios da sociedade atual. Nossos presídios são verdadeiras escolas da criminalidade, e ao que parece, o governo não tem interesse em uma reforma jurídica que atenda aos interesses da sociedade”, disse.

 

 

“Nossos políticos não têm compromisso com a justiça social e nós não aprendemos a fazer bom uso da nossa cidadania eleitoral, muitas das vezes nem temos opção de elegermos bons políticos”, critica.

Vontade política e privatização do espaço carcerário, modelo positivo em alguns países e até mesmo em Estados brasileiros são apontadas pela especialista como solução para as mazelas do judiciário.

“A reincidência dos jovens no crime ocorre porque a lei os beneficia. Eles sabem que praticar atos ilícitos é mais seguro e vantajoso, pois as medidas socioeducativas não lhes trazem mudança de valor”, ressaltou.

 

Fonte: No D24am.com

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